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Seminário debate a extinção das Fundações

CEAPE-Sindicato participou do evento

Escrito por SEMAPI08 de Dez de 2016 às 10:41
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Na tarde de quarta-feira (7/12), o CEAPE-Sindicato participou do Seminário "A importância das Fundações para a sociedade", promovido pelo SEMAPI, em parceria com as associações de funcionários. Respresentando a entidade estiveram o presidente do CEAPE-Sindicato, Josué Martins, e o vice-presidente, Ricardo Silva de Freitas. Leia abaixo, o relato do evento:

 

O valor do conhecimento

Cerca de mil pessoas estiveram reunidas na tarde de quarta-feira (7/12) para conhecer mais sobre o trabalho das entidades estaduais ameaçadas de extinção pelo pacote do governo Sartori. Elas participaram do seminário A importância das Fundações para a sociedade, promovido pelo SEMAPI, em parceria com as associações de funcionários. Ao todo, representantes de 10 instituições apresentaram ao público o trabalho realizado por cada uma delas.

Pela Cientec, o Professor João Jornada, ex-presidente do Inmetro, destacou o papel de base técnica que a Fundação desempenha no Estado, auxiliando na gestão estratégica da inovação. “E não no sentido romântico, de algo novo, mas como inovação que propicia ganho para a economia local.” O doutor em Engenharia Nuclear Odilon Marcuzzo do Canto comentou que, além de coragem, é preciso discernimento na hora de repensar a estrutura do Estado.

“As micro e pequenas empresas que hoje são apoiadas pelos laboratórios da Cientec vão recorrer a quem com sua extinção?”


Representando a Metroplan, a trabalhadora Jussara Kalil Pires atentou para o fato de a entidade ser o último resquício de instituição que dá suporte

aos municípios para tratar de problemas urbanos. Convidado pela Fundação, o professor da UFRGS e integrante do Observatório das Metrópoles Paulo Roberto Rodrigues Soares afirmou que o trabalho da Metroplan é garantido pelo Estatuto das Metrópoles. “Além disso, é uma falácia afirmar que a Universidade pode suplantar o trabalho da instituição.”

Anderson da Cunha Jesus, analista administrador da FDRH, comentou que os cursos de qualificação oferecidos pela entidade via Escola de Governo custam, na iniciativa privada, cerca de R.200 por aluno. “A Fundação faz isso sem custo algum, pois, além de não cobrar o governo, busca parcerias para realizar as ações. Formar é investimento”. Na mesma linha, Marco Cepik, professor do Cegov/UFRGS, argumentou que a Escola de Governo existe para fazer frente estrategicamente às demandas do Estado. “Precisamos redefinir o papel do Estado para trabalharmos juntos, e não para fazer dinheiro com o emprego de servidores e com o atendimento à população.”

Emoção e questionamento

A plateia, que aplaudiu efusivamente todos os que falaram – inclusive com gritos de incentivo, apitos e vuvuzelas –, também referendou a emoção do coordenador do Núcleo de Desenvolvimento Regional da FEE, Tomás Pinheiro Fiori. Em um discurso repleto de dados, ele defendeu ser um pensamento simplório aquele de que as fundações gastam mais do que arrecadam, pois é mais complexo do que pura matemática. Bastante emocionado, ele disse que o governo confunde custo com valor. “E ainda jogam com a dignidade de trabalhadores e famílias que dependem de um emprego honesto, entrando pela porta da frente, por concurso público e para servir à sociedade”, finalizou, sendo ovacionado.

Pela FZB, Jan Karel Felix Mahler Jr, pesquisador da entidade, comentou que, ainda em 2015, os servidores fizeram um plano de revitalização da Fundação, que foi entregue ao governo como forma de auxiliar na diminuição de gastos sem que se extinguisse a instituição. “Nunca recebemos retorno.” O doutor em Zoologia Ludwig Buckup defendeu que o projeto do Governo foi feito por quem não conhece os usuários dos serviços.


Unidos contra o pacote

Outras instituições ameaçadas, mas fora da base do SEMAPI, também participaram do seminário. Representando a Fundação Piratini, mantenedora da TVE e da FM Cultura, a jornalista Cristina Charão Marques arrancou aplausos entusiasmados ao dizer que não é pela crise, nem pela necessidade de uma nova visão de Estado que o governo busca a extinção. “É por um país sem cérebro e sem coração.”

Pela FEEPS, a diretora Técnica da Fundação, Silvia Spalding, lembrou que a entidade pertence à população, e não a governo algum. Paulo Humberto Gomes da Silva, tesoureiro do Sindisepe, também defendeu o trabalho da instituição. Carlos Alberto Oliveira, diretor técnico da Fepagro, apresentou pequenos agricultores que estavam no evento apoiando a entidade, pois se beneficiam diretamente com a tecnologia criada na instituição para desenvolver a economia local. Carlos Alberto Bissani, vice-diretor da faculdade de Agronomia da UFRGS, afirmou que extinguir a Fepagro é perder a capacitação e o suporte de pesquisa na área.


Marcio Carvalho, da Corag, citou a sede da iniciativa privada pelo trabalho das fundações e companhias públicas, e comentou que o governo desconhece o trabalho da entidade. “A cada quatro anos, temos que ensinar um presidente sobre o que fazemos.” Ele ainda apresentou dados que confirmam que a empresa é superavitária. Pela SPH, Elias Machado da Silva desmentiu a informação sobre um quadro inchado de servidores. “Hoje, temos 190 funcionários ativos, e não mais de 800.” Ele contou sobre as responsabilidades da Superintendência, dentre as quais o reparo da sinalização náutica, fundamental para manter a navegação noturna.

Ainda estiveram presentes a presidente do CPERS, Helenir Aguiar Schürer, e o presidente da CUT/RS, Claudir Nespolo. Representando o SEMAPI na mesa de abertura, esteve a diretora Mara Feltes. Nesta quinta-feira (8), às 10h, os participantes voltam a se reunir, desta vez na Praça da Matriz, para levar a carta em apoio às fundações até a Assembleia Legislativa.

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