A tarde de segunda-feira (28/3) foi de protestos de servidores públicos em Porto Alegre. Em torno de 120 trabalhadores vinculados ao Sindicato dos Servidores de Nível Superior do Poder Executivo do Estado do Rio Grande do Sul (Sintergs) realizaram uma manifestação em frente ao Palácio Piratini.
Na pauta, a reestruturação do plano de carreira das diversas categorias e a reposição aos vencimentos na ordem de 55,07%, referente ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado desde 2014. O protesto ocorreu após a assembleia geral de prestação de contas do Sintergs. Os manifestantes exibiram cartazes e exigiram posição do governo do Estado.
“Estamos reivindicando nossos direitos básicos. Perdemos muito do nosso poder de compra, e estamos mandando um recado para o governo. Queremos a reestruturação das carreiras e tudo o que já perdemos”, salientou o presidente do Sintergs, Antonio Augusto Rosa Medeiros.
O veterinário Danilo Gomes trabalha na Inspetoria de Defesa Agropecuária, em Nova Petrópolis, na Serra, e veio à Capital somente para integrar a manifestação. “Não estamos tendo motivação para trabalhar. A qualidade do serviço público está caindo, e o governo não valoriza o
servidor. Podemos dizer que não temos mais orgulho de sermos servidores públicos”, desabafou.
A diretora-executiva do Sintergs, Raquel Fiori, afirmou que o funcionalismo “trabalhou arduamente durante a pandemia” e queria mostrar para o governo as dificuldades enfrentadas pelos servidores. O Sintergs elaborou um documento com as demandas destinado ao secretário-chefe da Casa Civil, Artur Lemos.
Servidores da Justiça Estadual também protestaram ontem, porém em frente ao Tribunal de Justiça do RS (TJRS), cobrando por reposição salarial de 53% e aumento do auxílio-condução. Os servidores portavam cartazes com mensagens criticando os oito anos sem reajuste da categoria. O grupo bloqueou parte da avenida Borges de Medeiros, em direção ao bairro, em frente à sede do Tribunal.
Mobilizados por reposição salarial, representantes da Associação dos Oficiais de Justiça do Rio Grande do Sul (Abojeris) e do Sindicato dos Servidores da Justiça do RS encenaram empurrar veículos em alusão ao preço alto dos combustíveis. Com carrinhos de supermercados, outro grupo ocupou a via com cartazes que exibiam o preço de alimentos e do gás de cozinha, numa referência ao aumento do custo de vida. Após o protesto, o grupo permaneceu na praça Santa Isabel onde manteve vigília.
Diretor jurídico do Sindjus, Osvaldir Rodrigues da Silva explica que o objetivo é mostrar à sociedade que os trabalhadores do Judiciário estão sem reajuste salarial há oito anos. No início da noite, o Plano de Carreira dos servidores do Judiciário foi aprovado pelo Órgão Especial do TJ.
Após reunião no início da tarde, entidades representativas dos servidores estaduais da área de segurança pública definiram novos atos de mobilização em busca de apoio ao movimento dos servidores que pedem por reposição salarial. Participam da ação conjunta a Associação
dos Delegados de Polícia (Asdep), o Sindicato dos Servidores da Polícia Civil (Sinpol-RS), o Sindicato de Agentes de Polícia (Ugeirm), a Associação dos Comissários de Polícia (ACP/RS), o Sindicato dos Servidores do Instituto-Geral de Perícias (Sindiperícias), a Associação dos Peritos Criminais (Acrigs), o Sindicato dos Servidores Penitenciários (Amapergs) e Associação dos Papiloscopistas (Aspapi).
Já estava definida a paralisação da categoria nos dias 29 e 31 de março. “Tentamos um diálogo com o governo, não tivemos sucesso. Então, vamos fazer movimentos em frente aos nossos departamentos para mobilizar os servidores e conversar com a população sobre nossos problemas de infraestrutura, trabalho, serviço e demanda”, explica Ana Carolina Albert, presidente da Acrigs
