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Núcleo Gaúcho da Auditoria Cidadã da Dívida participa de Aulas Inaugurais

O tema foi a Dívida Pública da União e do RS e os condicionamentos para a política (e modelo econômico) que estamos vivendo.

Escrito por Ceape TCE/RS24 de Set de 2015 às 16:22
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A dívida do RS cresceu de 22 bilhões para 50 bilhões entre 1994 e 1998.
 
 

Na terça-feira, (22 /09) pela manhã a convite do Diretório Acadêmico de Ciências Contábeis – DACC (Presidido pelo estudante Bruno Santos) e do Instituto de Ciências Econômicas, administrativas e contábeis – ICEAC (representado pela pró-reitora Schirlei Schirmer) o presidente da Fenastc, Amauri Perusso, representante do Núcleo Gaúcho da Auditoria Cidadã, proferiu aula inaugural para aproximadamente 200 alunos do curso de Contábeis, presentes também, professores e estudantes de outros cursos, no auditório do Hospital Universitário da Universidade Federal do Rio Grande – FURG.

Pela noite, foi a vez de Ricardo Freitas, diretor-financeiro da Fenastc, e também representante do Núcleo Gaúcho da Auditoria Cidadã apresentar um panorama da situação financeira do Estado na semana acadêmica dos cursos de engenharia civil e de produção do IPA. Participaram também o vice-presidente do Senge, José Luiz Bortoli e um representante do CREA, o evento foi organizado pelos alunos do curso. Após as apresentações foi feito um debate sobre os temas abordados que teve a mediação do colega APE, César Filomena.

O tema das aulas foi a Dívida Pública da União e do RS e os condicionamentos para a política (e modelo econômico) que estamos vivendo.

Perusso enfatizou que a centralidade das decisões do Governo Federal dirige-se ao pagamento da dívida, determinando grave destruição da máquina pública. A dívida “soberana” já alcançou 3,6 trilhões de reais e segue aumentando, com juros básicos da taxa SELIC da ordem de 14,25% a.a., os mais altos do planeta, devendo alcançar 3,8 trilhões até o final de 2015.

O desembolso da União a título de pagamento de juros somou entre janeiro de 2015 até 1º de Setembro R$ 671.013.366.164 ( equivalente a 2,75 bilhões de reais ao dia).

O RS é duramente atingido por essa lógica perversa, devendo desembolsar 3,5 bilhões de reais em 2015, no pagamento da dívida federalizada com a União, dinheiro esse que se destinará integralmente para compor o pagamento da dívida federal (artigo 12 da Lei Federal 9496/1997). “Enquanto isso, o Estado atrasa salários dos seus servidores e compromete setores como saúde, educação e segurança pública”.

Todos os valores extraídos dos brasileiros vão para os “rentistas”, pessoas, grupos financeiros e bancos. Nada para a produção e a vida.

O presidente da Fenastc defendeu a necessidade de auditoria da dívida para identificar os mecanismos de autocrescimento e usou como exemplo a dívida do RS (ver gráfico) que cresceu de 22 bilhões para 50 bilhões entre 1994 e 1998, sem que o Estado tenha tomado novos empréstimos e, a dívida federal que cresceu 10 vezes no mesmo período, em que pese tenha-se vendido patrimônio brasileiro (CSN, Vale do Rio Doce e outras) da ordem de 76 bilhões e usado integralmente para “pagar a dívida”.

Para encerrar a aula ocorreram debates com os presentes para dizer que o Brasil não precisa submeter-se a essa lógica. Somos “grandes demais” para ficarmos condicionados a “esse sistema”.

   

 

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