A coordenadora nacional da Auditoria Cidadã da Dívida, Maria Lucia Fattorelli, recebeu convite formal da Presidente do Parlamento Helênico, Zoe N. Konstantopoulou, para fazer parte da Comissão Oficial de Auditoria da Dívida Grega, que terá sua primeira reunião no início de abril próximo. Segundo ela, "trata-se de mais uma conquista histórica do  movimento". Veja abaixo o convite: 

Cara, Sra. Fattorelli

Como Presidente do parlamento grego, eu estou no processo de estabelecer um Comitê para auditar a dívida grega. E a Promoção da Cooperação Internacional do Parlamento Grego com o Parlamento europeu, os parlamentos de outros países e outras organizações internacionais, no que diz respeito a questões de dívida do Estado.
Esta Comissão funcionará no âmbito e sob os auspícios do Parlamento Grego. O objetivo deste Comitê é avaliar, após a obtenção, processamento e avaliação de todos os elementos relevantes, dados e documentos, a parte da dívida que possa ser considerada como ilegal, ilegítima ou odiosa*. Eu estarei pessoalmente presidindo esta comissão na minha qualidade de Presidente do Parlamento Grego. Sra. Sofia Sakorafa, membro do Parlamento Europeu, será responsável pelas relações com o Parlamento Europeu e os outros parlamentos da Europa. Dr. Eric Toussaint, professor titular da Universidade de Liège e um especialista em matéria de dívida ilegítima e ilegal, coordenará o trabalho científico da Comissão e de sua equipe interdisciplinar internacional.
A primeira reunião da Comissão será sediada em Atenas, no começo de abril. Os primeiros resultados do trabalho a ser realizado serão apresentados em uma conferência internacional em junho.
Como você tem feito trabalhos substanciais sobre esse tema, nós ficaríamos honrados se você aceitar colocar seus serviços à disposição do Parlamento grego para uma causa tão importante, não só de importância nacional, mas também internacional. Dada a natureza da causa, não pode ser estabelecida qualquer remuneração para a participação nesta Comissão, mas o Parlamento grego irá cobrir viagens, alojamento e despesas dos membros do Comitê.

Na esperança de uma resposta positiva,
Atenciosamente

Zoe N. Konstantopoulou,
Presidente do Parlamento Grego.

Obs: Dívida odiosa: 1 - De acordo com o Direito Internacional, o princípio da dívida odiosa, inventado em 1927 por Alexander Nahum Sack e confirmado pela jurisprudência internacional, estabelece que o endividamento público que não tenha beneficiado a população, contraído sem a sua concordância e quando o credor possua conhecimento disto, deve ser declarado inválido e não deve ser reembolsado. As dívidas dos ditadores são os casos mais típicos. (Fonte: Comitê para Anulação da dívida do Terceiro Mundo - http://cadtm.org/)