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Lucro dos bancos privados sobe 17,3% no 2º trimestre

Escrito por O Estado de S.Paulo 01 de Ago de 2019 às 17:57
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Os três bancos privados brasileiros conseguiram acelerar seus resultados no segundo trimestre, apesar de os dados da economia estarem abaixo das expectativas para o período. O desempenho foi possível mesmo em um ambiente mais competitivo, que puxa para baixo a receita em algumas áreas como as de maquininhas e cartões, e ainda em cenário de menor expansão das carteiras de crédito.

Juntos, Itaú Unibanco, Bradesco e Santander Brasil entregaram lucro líquido de R$ 17,13 bilhões no segundo trimestre, aumento de 17,6% sobre o mesmo período do ano passado. No primeiro trimestre, o lucro desses bancos subiu 15,4%.

Mesmo com resultados sólidos, as ações das instituições financeiras na Bolsa caíram.

Analistas citaram a inadimplência no varejo e a desaceleração na concessão de crédito como os principais problemas. “Os bancos estão com uma expansão forte na carteira de pessoa física, mas nem tanto na jurídica”, afirmou Ilan Arbetman, da Ativa Investimentos. “O forte crescimento na pessoa física é explicado em parte pelas condições do País, da renda estagnada e do alto desemprego. Então, a qualidade deste crédito está caindo e o banco provisionando maiores valores.”

No segundo trimestre, Santander e Bradesco desaceleraram o ritmo de crescimento de suas carteiras de crédito. A exceção foi o Itaú, que já estava mais conservador frente a seus pares e viu seus empréstimos aumentarem em 2% ao fim de junho ante março, ritmo inferior ao do rival Bradesco, com alta de 2,2%. O Santander entregou expansão de 1,9%, na mesma base de comparação.

“No segundo trimestre, o custo do crédito piorou um pouco e a margem financeira com clientes cresceu 5,8% no comparativo anual”, disse Carlos Daltozo, diretor de renda variável da casa de análise Eleven Financial.

Para compensar o ambiente de maior concorrência, os bancos têm buscado cortar despesas. Nesse sentido, Itaú Unibanco e Banco do Brasil anunciaram programas de demissões para seus colaboradores. Apesar de gerarem aumento de gastos no curto prazo, essas iniciativas tendem a dar alívio para as instituições entregarem suas projeções de desempenho em 2019 e, principalmente, serem mais eficiente em 2020.

Com a aprovação da reforma da Previdência encaminhada, na opinião do presidente do Bradesco, Octavio de Lazari, o crédito deve apresentar mais vigor na segunda metade do ano, sobretudo, no último trimestre. “Vemos possibilidade de engrenar um ciclo de crescimento mais vigoroso de crédito nos próximos trimestres”, disse Lazari em conversa com a imprensa, na semana passada.

As receitas com prestações de serviços e tarifas bancárias seguem sob pressão, reflexo de um ambiente mais concorrido. Mas, ainda assim, os grandes bancos conseguiram entregar ganhos maiores de abril a junho. A cifra conjunta das três instituições privadas aumentou 3,9%, para R$ 22 bilhões na comparação com o segundo trimestre de 2018.

   

 

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