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CEAPE-Sindicato assina Moção de Repúdio à Desocupação dos Lanceiros Negros

Escrito por Ceape-Sindicato31 de Dez de 1969 às 21:00
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As entidades que compõem o Movimento Unificado, redigiram uma "Moção de Repúdio" à desocupação do grupo Lanceiros Negros, ação brutalmente ocorrida no último dia 14 de junho. O objetivo da nota é externar perplexidade em relação  ao tratamento dado a um deputado em exercício de atividade parlamentar externa que procurava negociar uma saída pacífica do prédio.

Segue a integra do documento e as entidades signatárias:

MOÇÃO DE REPÚDIO


Na fatídica fria noite de 14 de junho, os gaúchos presenciaram um verdadeiro abuso perpetrado pelo governo estadual: a desocupação do prédio situado à Rua General Câmara, esquinado com a Rua Andrade Neves, até então, habitado pacificamente por 70 famílias organizadas pelos Lanceiros Negros. Crianças, gestantes, mães e pais de família foram jogados à rua, à noite, sem terem para onde ir.
Sob a alegação de que ordem judicial deve ser cumprida, o chefe do Executivo pisoteou na Constituição Federal que estabelece a moradia, como um dos direitos fundamentais do ser humano. Mas aqui é diferente. Numa demonstração de força desproporcional e de total desrespeito ao ser humano, o governador, rememorando ditadores inescrupulosos, apresentou a barbárie ao entristecido povo gaúcho, que vê atônito a derrocada de seu Estado, outrora humano e politizado. Não houve clemência nem para o deputado presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa, detido na desocupação, quando intercedia pelos desalojados.
Enquanto isso, não se vê empenho governamental para cobrar a compensação da Lei Kandir, com prejuízo próximo aos R$ 4 bilhões anuais; tampouco não se promove auditoria na dívida do Estado com a União, a qual cresce perto de R$ 5 bilhões a cada ano; também deixa de promover a fiscalização das isenções, confiscando dos gaúchos cerca de R$ 10 bilhões ao ano; omite-se na questão da sonegação tributária, com danos anuais aproximados a de R$ 7 bilhões. Ou seja, perto de R$ 30 bilhões de reais, é o valor aproximado, do qual o governo abre mão; valor este que certamente colocaria o Rio Grande num outro patamar de desenvolvimento e de justiça social. Mas ao contrário do que prega, o governador notadamente não governa para os gaúchos, mas sim a uma minoria, representante do grande capital.
De outro lado, o mesmo Poder Judiciário, que não faz cumprir suas próprias decisões, quando estas contrariam o Governo, foi extremamente célere para desabrigar famílias inteiras, desconhecendo sequer crianças, muitas das quais lactentes. O mesmo julgador, de seu aquecido gabinete, que não abre mão de seus atuais R$ 4.377,73 de auxílio-moradia, destruiu lares inteiros, naquela fria noite.
O Movimento Unificado dos Servidores Públicos Estaduais – MUS vêm a público manifestar sua solidariedade a essas famílias, violentamente esbulhadas de seu teto, justamente por quem jurou acolhê-las; assim como manifestar seu repúdio por tais atos praticados pelo Secretário da Segurança Pública, Cezar Schirmer, sob o comando do Governador José Ivo Sartori.

Porto Alegre, 19 de junho de 2017.

MUS – MOVIMENTO UNIFICADO DE SERVIDORES PUBLICOS

CEAPE-Sindicato; Fessergs – Amapergs Sindicato – CPERS/Sindicato – SEMAPI RS – Sintergs - Sindicato dos Técnicos Científicos do RS – SindiGeral – Sindipericias-RS – Sindissama Saude – SINDIPE – Sindispge/RS – Ugeirm Sindicato dos Agentes – AOFERGS – SINDICIVIS/BM– SISDAER – Sinfers - SINDET RS -  Sindicaixa Sindicato - NCST - Nova Central - Cgtb Central Geral dos Trabalhadores do Brasil

   

 

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